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Exposição: “E da Negritude fez-se a Luz” e Palestra com Walter Firmo.
13/05 às 17:00 - 18:00

Minha mãe era branca de tez, meu pai negro de oele. E desta fusão de corpos paternos, sou fruto da mistura racial, traduzida na forma Pardo em meu registro de nascimento. Fruto de Maria de Lourdes Guimarães da Silva, a Uda, e de José Baptista da Silva, meu José abençoado, guerreiro naval das batalhas infantis, que me deu a primeira máquina fotográfica, uma Rolleiflex, trazida de suas viagens como enfermeiro dos navios da Fronape, que transportava óleo cru para ser refinado em Duque de Caxias.
Para uma sociedade feita invisível, se faz necessário um prestigiador. Aquele que contempla e exalta, que tira um coelho da cartola. Me fiz necessário por que sou negro e isso só me exalta e contempla. Percebi logo o início da minha carreira que os negros não faziam parte da “nossa sociedade”. Eram poucos, quase nada. Tirando alguns personagens da ribalta, astros do cinema ou futebol, restavam estampados os marginais, os contra feitores, a bandidagem, em fotos que acompanhavam fatos nada glamurosos, alguns mortos no chão pela militância no baixo mundo. Resolvi ressurgi-los, como astros da minha leitura visual, cadenciando seus movimentos e articulando situações, onde eles aparecem perfumados na poesia, flutuando no ar fidalgo.
esta, me parece, será a minha paixão até morrer.
O negro sublima. seu corpo exalta, sua alma enleva.
Servico: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso
Data: Sabado, 13/05, as 17h
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